quinta-feira, 24 de maio de 2012

Greves de perspectivas e Amway

Eu era aluna de graduação quando um professor renomado de Teoria Literária I disse a nossa turma: “Se um dia os professores do Sistema Estadual de Ensino do RS, que eram meia dúzia de gatos pingados, ganhavam mais do que os professores universitários, o motivo era basicamente que eles eram meia dúzia de gatos pingados. Se o número de escolas aumentou, se o número de alunos aumentou, se o número de professores é exponencialmente maior... é óbvio que eles vão ganhar menos. Já não são meia dúzia. Então, se vocês têm pretensão de fazer concurso para o Sistema Estadual, tenham isso muito claro. Porque se um dia vocês me vierem com o discursinho da ‘Desvalorização da prática docente’, eu vou olhar para vocês e vou dizer: Vá vender Amway!” Em 2003, o Brasil tinha 40.823 professores universitários. Atualmente tem mais de 63 mil.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Pessoal, em função de prioridades acadêmicas, não estou tendo tempo para escrever aqui no blog. Mas em breve, espero, ressurgirei das sombras da fundamentação teórica e dos procedimentos metodológicos.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Travesti e transexual: orientação sexual, ou identidade de gênero?

Outro dia, no programa da Fernanda Lima, assisti a uma verdadeira aula conceitual sobre os “termos” orientação sexual e identidade de gênero. Segue aí o vídeo.



Resumindo, gente: transexual e travesti são identidades de gênero. Não orientação sexual.

Identidade de gênero é como você se identifica para a sociedade, isto é, as transexuais e travestis se identificam com o sexo feminino, por isso, fazem uso de hormônios femininos etc. E dentro da identidade de gênero, as transexuais e travestis podem ser bissexuais ou homossexuais. E isso sim diz respeito à sua orientação sexual.

Adorei a clareza, a objetividade, a expressividade livre de rancores e o frescor conceitual da moça!!!

domingo, 3 de julho de 2011

Tese em quatro anos

Olha, eu sou uma criatura descolada. Já passei por umas aí nessa vida. Saio tranquila. Praticamente um Bruce Lee. Mas essa coisa de tese... só Frida Kahlo - que nem gastou seu tempo com doutorado - pode descrever:

"Algum tempo atrás, talvez uns dias, eu era uma moça caminhando por um mundo de cores, com formas claras e tangíveis. Tudo era misterioso e havia algo oculto; adivinhar-lhe a natureza era um jogo para mim. Se você soubesse como é terrível obter o conhecimento de repente - como um relâmpago iluminando a Terra! Agora, vivo num planeta dolorido, transparente como gelo. É como se houvesse aprendido tudo de uma vez, numa questão de segundos. Minhas amigas e colegas tornaram-se mulheres lentamente. Eu envelheci em instantes e agora tudo está embotado e plano. Sei que não há nada escondido; se houvesse, eu veria."

Tanta leitura... tantas renúncias... nascimentos... mortes... teóricas e físicas... tanto conhecimento de repente... quatro anos é nada, meu pai!!!! Minhas amigas tornaram-se ... lentamente. Eu perdi a graça em quatro anos. Ou não!!! É, talvez não.

teorias e práticas de felicidade

Isso foi um twitter, mas foi tão profundo que mereceu o status de post no meu blog:

Passo o dia estudando teorias socias. Mas acho é a perspectiva da música politicamente desdentada acompanhada do vinho no fim da leitura que me faz feliz.

Trassshhh!!!

Tomara que a minha orientadora não saiba que eu tenho um blog!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Metades de mim...

Que minhas loucuras sejam perdoadas, porque metade de mim é Macunaíma. A outra metade é Josef K. A outra metade é Leonel Brizola. E a outra metade é Dom Quixote.. Pois é, eu tenho umas quatro metades.

É eu sei, é mais fácil perdoar Oswaldo Montenegro... porque metade dele é amor. E a outra metade também.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Polêmicas da mídia... as mariposa em vorta da lâmpida

Eu nem ia escrever nada sobre essa suposta polêmica do livro didático... Falta de tempo. Falta de paciência. Precisão de mobilizar as energia pra terminar logo esse trem de tese de doutorado!
Mas principalmente a falta de vontade de dar visibilidade pra essa estratégia que a mídia - acho que é mais a Globo e aliados... nem sei bem! - tem usado pra desqualificar algumas políticas e ações do MEC.

Bom, eu resolvi escrever só pra dizer, em caráter puramente especulativo, que o MEC tem sido um dos alvos preferidos da mídia. Por quê? Não sei. Como sou linguísta e não jornalista da Globo ou Folha de SP, teria que pensar um pouco mais e ler um pouco sobre isso pra dar algum “parecer” responsável [ainda que este seja um blog que ninguém acessa, não um telejornal nacional] sobre o motivo dos ataques constantes ao MEC. Aliás, se alguém tiver informações ou reflexões sobre o assunto, aceito!

Mas o fato é que tenho percebido as constantes investidas dessa midiazinha aí contra ações e políticas do MEC em direção à promoção do respeito aos assustadores estranhos no portão. Mas parece que o clássico "Benhê, tem um pessoal esquisito lá no portão. Vou chamar a polícia." se tornou ineficiente. Os estranhos não estão mais no portão. Estão no aeroporto, no avião, nas lojas, supermercados... Até na universidade esses esquisitos estão. Até elegendo presidentas... e sei lá o que! É nóis!

Monteiro Lobato se transforma numa estratégia pra polemizar negativamente o debate sobre políticas raciais, fazendo parecer que elas são frágeis, inviáveis... Ali Kamel é que sabe das coisa: o Brasil não é um país racista!

O primeiro livro didático pra EJA que sugere o respeito às estigmatizadas variantes do português do Brasil logo se transforma, na boca da mídia, no livro que “ensina tudo errado”, que quer excluir mais ainda os excluídos. O comentário do sábio e jornalista Reinaldo Azevedo ilustra esse pensamento: "as elites sempre salvaram a democracia, quem a põe em risco é o povo."

O que esses caras queriam é que morressemos “de uma indigestão de divertimento. Manipulados, desinformados, enganados, mas bestialmente divertidos” (Saramago)...
Ahã, Craudia, senta lá!!! Lá com Bonner, Kamel, Bial, Jabor, Alexandre Gracinha e Miriam Leitão... Senta e espera! Essa midiazinha é "as mariposa em vorta da lâmpida, enquanto o sol alumia forte aqui fora...", citando uma expressão do following @pdralex.

Ah! Eu não poderia deixar de mencionar a ideia fantástica de alguns comentários que li na internet: "o MEC quer que todo mundo fale igual ao Lula pra que ele se reeleja mais uma vez. Aquele ignorante!"

Peraê. Peraê! Bora combinar: FHC [dizem que] falava francês, inglês, espanhol e até português. Mas ninguém queria ouvir o que o inimitável sociólogo tinha pra dizer. Não vou falar que o Lula foi o presidente do Brasil mais respeitado nacional e internacionalmente, chamado para intermediar conflitos internacionais etc., e que tem sido convidado a falar para os mais diversos públicos... não vou falar sobre isso, não to aqui pra humilhar ninguém!

Então, parece que a moral (1) dessa história é: não é porque uma pessoa fala "bonito" que tenha necessariamente coisas inteligentes e/ou interessantes para falar.

E a moral (2) dessa história: a mídia quer falar mal do MEC, de suas políticas e ações. Talvez porque Haddad seja um possível nome para concorrer à prefeitura de São Paulo, reduto do PSDB. Mas isso eu não sei! Só sei que resolveu falar mal desse Ministério.