segunda-feira, 2 de maio de 2011

Depois de meses, meu blog ganhou um novo seguidor. Fiquei tão emocionada que resolvi celebrar com um pequeno texto. Um texto que fala de ficção.

Domingo passado, assistimos ao Fantástico. Eu queria ver os melhores momentos do casamento de William e Kate. Mas acabamos assistindo também à reportagem de beatificação do Papa João Paulo II. Foi aí que a discussão começou.

- Como é que estes caras dão essa notícia deste jeito? A freira tinha mal de Parkinson e se curou. Essa é a evidência? Ela escreveu num papelzinho o nome do Papa e se curou? É incrível o discurso da mídia! – contesta veementemente o marido.

- Você queria o quê? Que eles instituíssem uma comissão ad hoc para pesquisar o milagre? Milagre é assim mesmo, não passa pela ciência. Milagre é milagre, acontece independente de a gente acreditar ou não. Reportagens sobre religião, meu querido, não tem Qualis-CAPES – respondi, querendo calar a boca dele para poder continuar assistindo à reportagem.

- Não estou discutindo religião. Eu estou falando de mídia. Esses caras não são ligados a nenhuma religião. Se eu fosse editor desse Fantástico, eu diria: “Segundo essa freira, ela tinha mal de Parkinson e .... E, conforme a Igreja Católica...” Mas não! Eles dizem “A freira tinha isso, escreveu num papelzinho isso e isso. Se curou. Portanto, milagre.” Isso não é jornalismo! Esse discurso é da Igreja Católica. Não everia ser o do editor!

- Primeiro, pensando assim você jamais seria editor do Fantástico! Nem do Bom Dia DF, se é que existe. Veja bem – em tom didático – o Fantástico, o Jornal Nacional e todos os outros não passam de ficção! Divertimento!

E é exatamente o que eu penso, gente! É assim que encaro todos estes telejornais... Da mesma forma que eu assisto aos melhores momentos do casamento de Kate e Will, eu assisto à beatificação de João Paulo II, eu assisto ao Obama anunciando a morte do Bin Laden. Tudo ficção! Tudo passatempo!

O que acontece de verdade acontece aqui fora, do lado de cá da telinha. Ainda que não ao nosso lado. O resto: Jornal Nacional, BBB [não gosto deste reality show, ok?], Fantástico e assimpordiante... tudo ficção! A gente assiste, ri, chora, xinga. Desliga a TV. E vai procurar alguma coisa útil para fazer. É assim.

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