sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Amigo é coisa para se guardar no lado “direito” do peito...

Como já é sabido, o presidente do STF, Cezar Peluso, é amigo pessoal de Pedro Gordilho, advogado de Joaquim Roriz. E amigo, a gente sabe, é aquele que nos apoia nos momentos mais difíceis.

Quando precisamos falar, o amigo verdadeiro nos ouve sem interromper. Gordilho tinha, como qualquer outro advogado, míseros 15 minutos para defender o ponto de vista de seu cliente – Roriz, então candidato ao governo do Distrito Federal – na sessão do STF. O ministro-amigão o deixou “desabafar” uns 18 minutos.

No dia do julgamento da validade da Lei Ficha Limpa para o caso Joaquim Roriz, depois que todos os outros Ministros do STF votaram, a situação era a seguinte: 5 votos a favor da aplicação da Lei Ficha Limpa à candidatura de Roriz x 4 votos contra a aplicação da Lei neste caso.

Peluso, como presidente do STF, poderia ter resolvido o impasse. Ele poderia abster-se de votar, o que implicaria em 5 X 4 para o time dos “a favor da aplicação da Lei à candidatura de Roriz”, impugnando a candidatura do renunciante ex-governador. Não o fez!

A amizade é um contrato segundo o qual nos comprometemos a prestar pequenos favores para que no-los retribuam com grandes (Montesquieu)

Por outro lado, poderia ter votado duas vezes, o que implicaria num 5 X 6 para o grupo dos “contra a aplicação”, ou mesmo [agora só sonhando!] num 6 X 4 para os adversários... O medo falou mais alto que a amizade? Ou o Ministro foi tomado por algum sentimento mais supremo?

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