domingo, 7 de novembro de 2010

Ingenuidades na discussão sobre o racismo [1]

Tenho ouvido e lido comentários variadíssimos sobre a suposta onda de racismo instigada pela campanha eleitoral do PSDB do José Serra. Quero falar brevemente – sempre a mesma inatingível proposta da brevidade! – sobre alguns comentários que considero, na qualificação mais elegante, ingênuos.


Não vou retwittar mais nada que faça referência ao tema racismo. Isso é igual m*: quanto mais se mexe, mais fede

É bastante comum achar que não dar ouvido às discussões sobre racismo e preconceito é uma forma de acabar com eles. A proposta de vetar as obras de Monteiro Lobato nas escolas é um exemplo disso. Pensa-se que apagar os conflitos, as passagens preconceituosas e racistas da história brasileira seja mais produtivo do que conhecê-las e problematizá-las. A meu ver, outro engano! Tentar apagar o que já escrevemos em nossa história de forma alguma vai nos dar base para escrever episódios mais democráticos nas páginas que ainda estão em branco. Por isso, sugestões do tipo “vamos parar com essa discussão!” são absolutamente indesejáveis. Vamos falar sobre racismo, sobre preconceito. Vamos ouvir os diferentes grupos. Vamos contestar os racistas e preconceituosos. Só essa problematização ampla e aberta pode trazer à tona injustiças históricas e proporcionar novas bases para as relações entre os diferentes grupos. Acharam que eu ia dizer “novas bases para as relações entre sulistas, paulistas e nordestinos”, né? Pois é, ta aí, disse!

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